Dilma Rousseff quer silêncio sobre salário mínimo
A decisão do governo de reajustar o salário mínimo para R$ 540 - sem repassar integralmente aos trabalhadores as perdas da inflação de 2010 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - tem causado um desencontro entre ministros.
Enquanto Guido Mantega (Fazenda) afirma que qualquer valor acima do fixado em medida provisória será vetado, Carlos Lupi (Trabalho), Garibaldi Alves (Previdência) e seus partidos, PDT e PMDB, defendem um valor maior.
A presidente Dilma Rousseff não gostou das divergências públicas e mandou nesta terça-feira que seus ministros evitem dar opinião sobre o assunto.
Até a declaração de Mantega , dada semana passada, de que um valor superior a R$ 540 seria vetado, desagradou à presidente. Mantega foi longe demais ao ameaçar o Congresso com o veto, segundo a avaliação do Planalto.
Apesar do discurso duro de Mantega, nos bastidores, os técnicos da área econômica admitem que o valor terá que ser corrigido. O INPC de 2011, utilizado para aumentar o mínimo de R$ 510 para R$ 540, foi de 5,88%. No entanto, o índice fechou o ano acima desse patamar: 6,47%. Por esse critério, o salário teria que ficar em R$ 543.
Centrais sindicais
As seis principais centrais sindicais do país vão pedir uma audiência à presidente Dilma esta semana para negociar as três reivindicações que consideram fundamentais para os trabalhadores. Os sindicalistas querem negociar pessoalmente com a presidente, conforme decisão conjunta das entidades tomada ontem, o novo valor do mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda e o reajuste dos aposentados.
A mobilização de CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central, CTB e CGTB inclui uma manifestação na próxima terça-feira em São Paulo, na Avenida Paulista, e em várias capitais do país. Os trabalhadores não abrem mão do salário mínimo de R$ 580 e um reajuste de 80% do valor da remuneração conquistada para os aposentados que ganham acima do mínimo. Eles querem ainda a correção da tabela do Imposto de Renda que cubra os 6,47% da inflação oficial de 2010.
Fonte: Mais Goias